sábado, 4 de fevereiro de 2012

A constelação de Órion e a profecia de Ellen G. White.




Após quase 2 anos da publicação deste intrigante estudo sobre a Constelação de Órion e um misterioso sonho relatado pela escritora adventista, Ellen G. White, publicamos agora o mesmo estudo, com mais informações.

Créditos: de 1306199068

De: Hugo Hoffmann
http://www.scribd.com/doc/28399788/A-Constelacao-de-Orion-e-a-Profecia-de-Ellen-G-White-Revisado




A CONSTELAÇÃO
Publicado em por Blog Sétimo Dia
Orion, é uma constelação do equador celeste. As estrelas que compõem esta constelação são brilhantes e visíveis de ambos os hemisférios.
As constelações vizinhas são Gemini (Gêmeos), Taurus (Touro), Eridanus, Lepus (Lebre) e Monoceros (Unicórnio).
Órion, o caçador, de acordo com a mitologia grega, desempenhou um papel importante para as civilizações antigas. Sua posição no céu ao longo do ano era um prenúncio das mudanças climáticas que estavam por vir. Quando se observava Órion nascer durante o amanhecer, era um sinal que o verão houvera chegado. Seu nascimento no início da noite anunciava o inverno, e à meia-noite indicava época da colheita de uvas. Essas observações foram feitas por civilizações do hemisfério norte. Para o hemisfério sul vale o contrário. No meio de dezembro Órion estará nascendo para nós (no leste) após o crepúsculo. O que isso pode nos indicar? Isso mesmo! Preparem-se para o verão!
Destaca-se a presença de três estrelas que formam a cintura de Orion, são elas: Alnitak, Alnilam e Mintaka, e as estrelas gigantes Rigel e Betelgeuse.
Este conjunto de três estrelas é popularmente chamado pelos brasileiros de as “Três Marias” e nada mais é que o centro da constelação – representa o cinturão do gigante (vide figura acima). Sabendo encontrá-las, encontra-se a constelação completa facilmente.
Veja o mapa a seguir. Ele representa a porção leste do céu logo após o crepúsculo. A constelação de Órion está destacada na figura – perceba como é fácil identificar o padrão após encontrarmos as Três Marias. Elas estão envolvidas por um trapézio formado por quatro estrelas de primeira magnitude: Alfa de Órion (Betelgeuse), de coloração mais avermelhada, representa o ombro direito de Órion, temos em seguida Gama de Órion (Bellatrix) como o ombro esquerdo, Kapa de Órion (Saiph) é o joelho. A última estrela do trapézio é justamente a que está oposta a Betelgeuse – Beta de Órion (Rigel), uma estrela que também se destaca, representando o pé direito de Órion.
Betelgeuse é uma das estrelas mais brilhantes, cujo diâmetro chega a ser 250 vezes maior que o do Sol. Como toda gigante sua atmosfera é bastante difusa, com densidade muito menor que a de nossa atmosfera. Sua distância até nós é de aproximadamente 430 anos-luz. Observe a figura abaixo da constelação de Órion, com destaque para Betelgeuse, prestando atenção especial nas escalas. Perceba a difusividade de sua atmosfera.
NEBULOSA DE ÓRION
A nebulosa de Órion é um dos objetos presentes no céu mais interessantes à observação. Conhecida também como M42 ou NGC 1976, essa nebulosa difusa é uma das mais brilhantes, tanto que numa noite de céu limpo e num local longe de poluição e luz ela chega a ser visível a olho nu. Localizá-la não é difícil – ela se encontra na espada do gigante Órion. Partindo das Três Marias, que é seu cinto, encontra-se a espada logo abaixo. Compare o desenho de Órion (primeira figura no texto) com a foto acima.
M42 está a mais de mil anos luz de distância da Terra e é composta principalmente por estrelas jovens e bastante quentes do tipo O, num agrupamento conhecido como o Trapézio. A radiação emitida por essas estrelas excita uma nuvem de gás e poeira que passa a emitir o brilho característico da nebulosa.
Documentos de observação dessa nebulosa datam desde 1610 (Nicholas-Claude Fabri de Peiresc). Em 1769 Messier a adicionou em seu catálogo, descrevendo como : “(…) uma linda nebulosa na espada de Órion, ao redor da estrela Theta, junto a outras três estrelas menores as quais não conseguimos ver senão com algum instrumento.”
Observe as fotos seguintes. A primeira foto nos mostra a nebulosa de Órion observada por um telescópio de médio porte. A segunda é essa mesma nebulosa fotografada pelo telescópio espacial Hubble!



A CONSTELAÇÃO DE ÓRION E A PROFECIA DE ELLEN WHITE
O SONHO
A 16 de dezembro de 1848, o Senhor me deu uma visão acerca do abalo das potestades do céu. (…) Nuvens negras e densas subiam e chocavam-se entre si. A atmosfera abriu-se e recuou; pudemos então olhar através do espaço aberto em Órion, donde vinha a voz de Deus. A Santa cidade descerá por aquele espaço aberto.  (Vida e Ensinos pg 110, Primeiros Escritos pg 41)
Em 1959 o Professor Julio Minham, membro da Associação Brasileira de Astronomia, escreveu um livro chamado Maravilhas da Ciência que foi publicado pela Associação Brasileira de Astronomia, que não teria publicado seu livro caso se tratasse de uma bobagem, sendo este livro usado como referência no estudo da astronomia no Brasil. Julio Minham fala muitas coisas sobre o espaço sideral e da física, e num dos capítulos deste livro ele fala sobre Nebulosas Bizarras. O observatório de Mont Palomar na Califórnia que era o mais sofisticado da época. Notem que em 1959 o homem não havia ainda sequer pisado na lua. Aquele observatório mostrava que em Órion parecia ter um túnel, um buraco, um espaço aberto e ele conclui esse capítulo sobre Órion naquela data dizendo o seguinte sobre a Nebulosa e os Escritos de Ellen White:
“Uma escritora americana, Ellen G.White, que nada sabia de astronomia e que provavelmente nunca ouvira falar da Nebulosa de Órion, em um de seus livros traduzido para o português com o título de Vida e Ensinos, depois de comentar esta luminosidade escreveu…
A 16 de dezembro de 1848, o Senhor me deu uma visão acerca do abalo das potestades do céu. (…) Nuvens negras e densas subiam e chocavam-se entre si. A atmosfera abriu-se e recuou; pudemos então olhar através do espaço aberto em Órion, donde vinha a voz de Deus. A Santa cidade descerá por aquele espaço aberto.  (Vida e Ensinos pg 110)
Ele conclui dizendo: [...] Isso dito assim tão simplesmente por que nunca olhou um livro de astronomia, nem sonhava com buracos em parte alguma do céu, só pode ser creditado a dois fatores:  histerismo ou inspiração. Para ser histerismo, parece científica demais a afirmação de que toda uma cidade, a Nova Jerusalém, tenha livre passagem pelo túnel de Órion. A escritora não sabia do túnel, nem que ele é tão largo a ponto de comportar noventa sistemas solares. Terá sido revelado a esta escritora, uma verdade que os astrônomos não puderam descobrir? (Maravilhas da Ciência, pg 281)
O Dr. Julio Minham é adventista mas o que chama a atenção é o fato da Associação Brasileira de Astronomia ter pedido para ele escrever este livro, onde ele testemunha sobre Ellen White.
O SONHO DE JACÓ E A ESTRELA DE BETELGEUSE
“(…) e deitou-se naquele lugar e sonhou: eis uma escada posta na Terra, cujo topo tocava nos Céus; e eis que os anjos de Deus subiam e desciam por ela (…) Acordando, pois, Jacó, de seu sono (…) temeu e disse: Quão terrível é este lugar! Este não é outro lugar, senão a CASA DE DEUS [Bet-El]; e esta é a PORTA DOS CÉUS(Gênesis 28:11-17)
(…) E chamou o nome daquele lugar de BETEL, o nome porém daquela cidade antes era luz. (Gênesis 28:19)
EM HEBRAICO
Bethânia = Bet-Ania (Casa das Tâmaras)
Belém = Bet-Helen (Casa do Pão)
Betel = Bet-El (Casa de Deus)
Betelgeuse = Portal da casa de Deus
BETELGEUSE
 Betelgeuse é uma estrela variável, com mudanças tanto de brilho quanto de tamanho. E que tamanho! Se estivesse no lugar do Sol, ocuparia todo o espaço até a órbita de Saturno em seu diâmetro máximo, e seria do tamanho da órbita de Júpiter em seu mínimo. O mesmo que de 550 a 920 vezes o diâmetro do Sol. Ela brilha por 60 mil sóis está e está a 425 anos-luz de distância.
A luminosidade de Betelgeuse varia num longo período. A razão ainda é um mistério. Tudo indica que suas camadas mais externas se expandem durante vários anos, para em seguida se retrair. Fazendo isso, a temperatura da estrela aumenta e diminui alternadamente, assim como seu brilho. Essa pulsação é comum em supergigantes, como se Betelgeuse tivesse também um supercoração.
Porém, esse “coração” de Betelgeuse pulsa em arritmia. Ela é uma estrela vermelha, que já transformou a maior parte de seu Hidrogênio em Helio, e agora começa a fundir o próprio Helio no seu núcleo quente. Betelgeuse está morrendo.
EXPLOSÃO DE LUZ
Betelgeuse explodirá, num evento formidável chamado supernova. Ninguém sabe quando, mas todos concordam que será uma supernova espetacular.
Quando isto acontecer a estrela será vista no céu pelo menos 10 mil vezes mais brilhante que hoje. Será tão brilhante quanto uma lua crescente, talvez mais. Durante meses Betelgeuse ficará visível inclusive à luz do dia. Será este o último aviso a humanidade antes do retorno de Cristo?

Extraído de: Publicado em por Blog Sétimo Dia

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

O que é inferno?

O que é inferno?


Imagem Internet - RBN
A palavra inferno deriva do termo “infernum”, que em latim significa “profundezas”, fazendo referência ao “mundo inferior”, dentro da Terra.
Inferno é uma idéia religiosa que consiste em um lugar aonde pessoas depois de mortas vão para sofrer as consequências de seus erros durante a vida.
Ideia que foi construída através dos anos, a partir do 2º século D.C. (após o Apocalipse de Pedro) e que foi trabalhada não somente pela igreja mas também por muitos artistas, como por exemplo Dante Alighieri com sua obra “A Divina Comédia
”.

Imagem Internet - RBN

Com o advento da doutrina espírita, Allan Kardec – através das comunicações mediúnicas – codifica a doutrina espírita em 5 Obras, e dentre elas “O céu e o Inferno”, que tem o objetivo de elucidar o que é inferno, purgatório e céu no mundo dos espíritos.
Segundo José Herculano Pires, escritor espírita brasileiro, “Allan Kardec apresenta a verdadeira face do desejado Céu, do temido Inferno, como também do chamado Purgatório. Põe fim às penas eternas, demonstrando que tudo no universo evolui.”
O que antes era Inferno passa a ser chamado de Umbral, um estado de consciência em que o espírito, a partir de atitudes contrarias leis morais ou divinas (3ª parte do Livro dos Espíritos), sofre com os males de atitudes provocadas por ele mesmo. Em “Nosso Lar”, psicografado por Chico Xavier e atribuída ao espírito de André Luiz, Umbral é definido como “estado ou lugar transitório por onde passam as pessoas que não souberam aproveitar a vida na Terra”.

E, diferentemente do Inferno, que traz a idéia de sofrimento eterno, esta dimensão ou estado chamado umbral é passageiro, podendo ser um tempo curto ou longo – período condicionado apenas ao espírito em questão.
Como exemplo, a segunda parte do “Céu e o Inferno” constam diálogos entre Kardec e os espíritos e estes narram as suas impressões após o desencarne. Além de elucidar a questão de “Inferno”, mostra também os mecanismos da lei de ação e reação e o processo da justiça divina.
Para se aprofundar no assunto, leia:
•    •O Livro dos Espíritos – Allan Kardec
•    •O Céu e o Inferno – Allan Kardec
•    •Nosso Lar  – Francisco Cândido Xavier

domingo, 29 de janeiro de 2012

A mulher

LENDAS JUDAICAS





ADÃO:          A mulher

Quando abriu seus olhos pela primeira vez e contemplou o mundo ao seu redor, Adão irrompeu em louvor a Deus:

– Quão grandes são tuas obras, Senhor!

Porém sua admiração pelo mundo ao seu redor não excedeu a admiração que todas as coisas criadas dispensaram a Adão. Elas tomaram-no por seu criador, e vieram prestar-lhe adoração. Ele porém disse:

– Por que vocês vêem adorar a mim? Não, eu e vocês juntos reconheceremos a majestade e o poder daquele que nos criou a todos. “O Senhor reina” – declarou ele, – “e está revestido de majestade!”

Não apenas as criaturas da terra: até mesmo os anjos chegaram a pensar que Adão fosse senhor de todos, e eles estavam prestes a saudá-lo com o “Santo, santo, santo é o Senhor dos exércitos” quando Deus fez com Adão caísse no sono; os anjos souberam então que ele não passava de um ser humano.

O propósito do sono que recaiu sobre Adão era dar a ele uma esposa, para que a raça humana pudesse se desenvolver e todas as criaturas reconhecessem a diferença entre Deus e o homem. Quando ouviu o que Deus estava decidido a fazer, a terra começou a tremer e sacudir.

– Não tenho forças – ela disse – para prover comida para multidão dos descendentes de Adão.

Por essa razão o tempo foi dividido entre Deus e a terra: Deus ficou com a noite, a terra com o dia. O sono reconfortante sustenta e fortalece o homem, proporciona-lhe vida e descanso, enquanto a terra produz fruto com a ajuda de Deus, que a rega. Ainda assim o homem tem de trabalhar a terra a fim de ganhar o seu sustento.

A decisão divina de conceder uma companheira a Adão veio ao encontro dos anseios do homem, que havia sido tomado por uma sensação de isolamento quando os animais vieram até ele em pares para receberem seus nomes.

Apesar de todo cuidado empregado, a mulher apresenta todas as falhas que Deus procurou evitar.

A fim de banir sua solidão, a primeira mulher dada como esposa a Adão foi Lilith. Como ele, Lilith foi criada do pó da terra; ela porém permaneceu com ele por um intervalo muito curto, porque insistia em desfrutar de igualdade completa com seu marido. Ela justificava seus direitos a partir de sua origem comum. Com a ajuda do Nome Inefável, que ela proferiu, Lilith fugiu de Adão e desapareceu em pleno ar. Adão veio reclamar diante de Deus que a mulher que ele lhe havia dado o havia abandonado, e Deus enviou três anjos para capturá-la. Esses foram encontrá-la no Mar Vermelho, e tentaram fazê-la voltar com a ameaça de que caso não fosse ela perderia diariamente cem de seus filhos-demônios. Lilith, no entanto, preferiu essa punição a viver com Adão. Ela se vinga ferindo crianças-de-colo – os meninos durante sua primeira noite de vida, sendo que as meninas estão expostas a seus desígnios perversos até os vinte anos de idade. O único modo de afastar o mal é colocando nas crianças um amuleto que traz os nomes de seus três anjos captores, pois esse foi o acordo feito entre eles.

A mulher destinada a ser a verdadeira companheira do homem foi tomada do corpo de Adão, pois “apenas quando semelhante é unido a semelhante a união é indissolúvel”. A criação da mulher a partir do homem foi possível porque Adão tinha originalmente duas faces, que foram separadas com o nascimento de Eva.

Quando estava a ponto de criar Eva, Deus disse:

– Não farei a mulher a partir da cabeça do homem, para que ela não ande de cabeça empinada em orgulho e arrogância; não a farei a partir do olho, para que seus olhos não sejam licenciosos; não a partir do ouvido, para que ela não fique ouvindo conversa alheia; não a partir do pescoço, para que ela não seja insolente; não a partir da boca, para que ela não seja tagarela; não a partir do coração, para que ela não seja inclinada à inveja; não a partir da mão, para que ela não seja intrometida; não a partir do pé, para que ela não seja vagabunda. Irei formá-la a partir de uma parte casta do corpo.

A cada membro e orgão que formava, Deus ia dizendo:

– Seja casto! Seja casto!


Entretanto, apesar de todo cuidado empregado, a mulher apresenta todas as falhas que Deus tentou evitar. As filhas de Sião foram arrogantes e andaram com pescoços empinados e olhos licenciosos; Sara ouviu a conversa alheia em sua própria tenda, quando o anjo falava com Abraão; Miriam foi mexeriqueira, acusando Moisés; Raquel teve inveja de sua irmã Léia; Eva colocou suas mãos sobre o fruto proibido, e Diná foi vagabunda.

A constituição física da mulher é muito mais complicada do que a do homem, já que deve servir para a concepção; semelhantemente, a inteligência da mulher amadurece mais cedo do que a inteligência do homem. Muitas das diferenças físicas e psíquicas entre os dois sexos podem ser atribuídas ao fato de que o homem foi formado da terra e a mulher do osso. Mulheres precisam de perfumes, homens não: a poeira do chão permanece inalterada não importa por quanto tempo seja guardada; a carne, no entanto, requer sal para ser mantida em boas condições. A voz da mulher é estridente, a voz do homem não: quando alguma carne macia é cozida, nenhum sol é ouvido, mas basta colocar um osso na panela e ele racha de imediato. O homem é fácil de aplacar, a mulher não: umas poucas gotas d’água bastam para amolecer um torrão de terra, já um osso permanece duro, mesmo que mergulhado em água por dias. O homem deve pedir à mulher para ser sua esposa, e não a mulher o homem para ser seu marido, porque foi o homem que teve de arcar com a perda de sua costela; ele dá a investida no intento de cobrir o seu prejuízo.

As próprias de diferenças de modo de vestir e conduta social tem suas razões na origem do homem e da mulher. A mulher cobre o cabelo em memória do fato de ter sido Eva quem trouxe o pecado ao mundo; ela tenta dessa forma esconder a sua vergonha. Os mandamentos religiosos endereçados apenas às mulheres remetem à história de Eva. Adão era a oferta alçada do mundo, e Eva a maculou; como forma de expiação é ordenado às mulheres que separem uma oferta alçada da massa de farinha. E, por ter sido a mulher quem apagou a luz da alma do homem, a ela é ordenado que acenda a lâmpada do Shabat.

O mundo está fundamentado em serviços de amizade.

Adão foi levado a cair num sono profundo antes que a costela para Eva fosse retirada do seu lado. Isso porque se ele tivesse observado a sua criação ela não teria despertado amor nele. Até hoje permanece verdade que os homens não são capazes de apreciar os charmes de mulheres que observaram e conheceram desde a infância. De fato, Deus havia criado uma mulher para Adão antes de Eva, mas ele a rejeitou, porque ela havia sido feita na frente dele. Conhecendo todos os detalhes de sua formação ele sentiu repulsa por ela.

Porém quando despertou de seu sono profundo e viu Eva diante dele em toda sua surpreendente beleza e graça, ele exclamou:

– Esta é aquela que levava meu coração a palpitar por inúmeras noites!

Ele porém logo discerniu qual era a verdadeira natureza da mulher. Ela, sabia ele, lograria convencer o homem fosse através de súplicas ou lágrimas, elogios ou carícias. Ele por isso disse:

– Esse é o meu sino que nunca pára de tocar!

O casamento do primeiro casal foi celebrado com pompa jamais repetida no curso de toda história. O próprio Deus, antes de apresentá-la a Adão, vestiu e adornou a Eva como noiva. Sim, ele interpelou os anjos, dizendo:

– Venham, prestemos serviços de amizade por Adão e sua companheira, pois o mundo está fundamentado em serviços de cordialidade, e esses me são mais agradáveis aos olhos do que os sacrifícios que Israel irá oferecer sobre o altar.

Assim sendo, os anjos cercaram o pálio matrimonial e Deus proferiu as bençãos sobre o casal, da mesma forma que o Hazan faz sob o Huppah. Os anjos dançaram e tocaram instrumentos musicais diante de Adão e Eva em suas dez câmaras matrimoniais feitas de ouro, pérolas e pedras preciosas, que Deus havia preparado para eles.

Adão deu a sua mulher o nome de Ishah e passou a chamar a si mesmo de Ish, abandonando o nome Adão, que ele usara antes da criação de Eva. Isso porque Deus acrescentara seu próprio nome Yah aos nomes do homem e da mulher – a letra Yoide a Ish e a letra He a Ishah, – para indicar que enquanto andassem nos caminhos de Deus e observassem os seus mandamentos, seu nome lhes seria um escudo contra todo mal. Porém se se desviassem seu nome seria retirado, e ao invés de Ish restaria Esh, o fogo, um fogo brotando de cada um e consumindo o outro.

Lendas dos Judeus é uma compilação de lendas judaicas recolhidas das fontes originais do midrash (particularmente o Talmude) pelo talmudista lituano Louis Ginzberg (1873-1953). Lendas foi publicado em 6 volumes (sendo dois volumes de notas) entre 1909 e 1928.