terça-feira, 1 de novembro de 2011

DIANTE DA ETERNIDADE




Diante do horizonte mais amplo de nossas vidas, face sua eternidade, se nos conscientizarmos mais do quão a existência física é curta, efêmera, certamente pensaremos melhor antes de jogar fora as oportunidades que nos são dadas para sermos felizes, e de também nos dedicarmos a promover a felicidade dos outros. Não sabemos por quanto tempo, sejam anos ou dias, poderemos desfrutar da convivência com nossos familiares, amigos, colegas de trabalho, enfim todas as pessoas que fazem parte de nosso circulo de relacionamento... Afinal, muitos de nós são “chamados” por Deus ainda muito cedo, inesperadamente...
E não podemos prever como e nem quando isso ocorrerá a cada um de nós... Alguns sequer chegam a nascer... vendo interromper sua efêmera jornada na matéria ainda no ventre materno... Alguns “nos deixam” antes mesmo de atingir a maturidade... Outros um pouco mais tarde... Dentre todos, felizmente, há os que conseguem bem aproveitar sua existência, acumulando em sua “bagagem” experiências enriquecedoras que os acompanharão no seu retorno à “Pátria Celeste”.
De fato, não sabemos por quanto tempo ainda faremos parte do mundo visível, nem quando será chegada a “nossa hora da partida”, e tampouco o momento da despedida de ninguém! Em decorrência dessa nossa verdadeira “alienação” de consciência relativa a valorização que devemos conferir à esta nossa vida, aos seus objetivos maiores, e de nossa responsabilidade perante o Pai, nos despreocupamos e negligenciamos com os esforços e com a cuidadosa atenção que devemos ter... Para com nós mesmos... E para com todos que nos cercam !
Nos deixamos influenciar pelo nosso “orgulho ferido”, nos desequilibramos e permitimos ser emocionalmente afetados pela supervalorização que damos à insignificâncias, naturais do cotidiano e do convívio entre as pessoas. E acabamos por nos aborrecer desnecessariamente. Muitas vezes nos calamos quando deveríamos falar e falamos além do necessário quando o recomendável seria permanecer em silêncio.
Exigimos “compreensão” para com nossas “pequenas falhas”, mas nem sempre agimos amorosamente com o que pré-julgamos se constituir nos “grandes erros” dos outros... Julgamos com a severidade que não queremos nos seja aplicada e exigimos total complacência para conosco! Infelizmente essa é a “justiça” aceita pelo nosso atual nível de evolução. Diante dessa realidade a pautar nossos passos, desperdiçamos tempo por demais precioso.
Às vezes nos permitimos a anos de desencontros e de “desamor”! Evitamos o contato, não oferecemos o aconchego, o carinho e o abraço fraterno que tanto nossa alma pede e que confessamos à intimidade de nosso travesseiro, tudo porque nosso orgulho e insensatez impedem essa aproximação... Não damos um beijo amoroso porque nossa altivez o impede murmurando que não estamos habituados a essas “demonstrações” e tampouco manifestamos nosso querer bem, nosso amor, porque achamos que “o outro” já deve saber o que nós sentimos.
Perdemos a maravilhosa oportunidade de amar e “bloqueamos” o amor que tanto clamamos e que nos seria destinado, impedindo que ele chegue até nós! E assim deixamos transcorrer o tempo permanecendo taciturnos e “fechados” em nosso orgulho, enraizando na alma - cada vez mais - a nossa intransigência, nossa amargura para com os outros e, sem nos darmos conta, para conosco mesmo.
No “mundo consumista” em que vivemos atualmente, reclamamos daquilo que não temos ou então achamos que não temos o suficiente. Cobramos muito... Dos outros... Da vida... E de nós mesmos! Nos desgastamos com frustrações e angústias... Costumamos comparar nossas vidas com as daqueles que materialmente possuem mais do que nós. E se experimentássemos nos comparar com aqueles que possuem menos?
Seguramente essa nova avaliação nos surpreenderia, fazendo uma enorme diferença! E com isso o tempo vai passando... Passamos pela vida sem ter aproveitado a “oportunidade” do aprendizado e da prática da Lei do Amor que Jesus nos ensinou. Subsistimos sofrendo e nos “arrastando” porque não “ousamos contrariar” nosso amor próprio...
Até que, finalmente, “acordamos” e olhamos para trás; muitas vezes tarde demais para a presente vida material... E então nos perguntamos: E agora? Agora... já... hoje! Ainda é tempo de reconstruir, de dar o abraço amigo, de dizer uma palavra carinhosa, de agradecer a Deus por nossa vida, por tudo aquilo que nos cerca e pelo que a Misericórdia Divina nos disponibiliza para desfrutarmos, material e espiritualmente.
Nunca se é velho demais, ou jovem demais, para se rever posições, para perdoar, para sermos perdoados e para amar; dizer uma palavra gentil ou fazer um gesto carinhoso. Não se permita ficar preso aos “tropeços” do passado. O que passou, passou e já produziu suficientes “danos”... Impeça que permaneça indefinidamente a causar estragos em sua vida! As experiências vividas serviram para nosso aprendizado.
Agora é o momento de pensarmos no “daqui para frente”, em nosso futuro... E ele poderá ser do tamanho de nossos sonhos! Não tarde em buscar a reconciliação com seus “companheiros de jornada”, e principalmente para com sua própria essência, e aproveite... Ainda há tempo para exalar o amor fraterno ao seu derredor, harmonizar sua alma e voltar a sorrir...!
Ainda há tempo de voltar-se para nosso Pai, o Deus de Amor que nos criou e agradecer pela vida, rogando pelas forças que nos faltam para fazermos, o quanto antes, a “Reforma Intima” necessária à nossa vida, desde já e para toda a eternidade! Reflita... E não perca mais tempo!   

Diante da Eternidade Lourenço Nisticò Sanches                                                                                                                                      

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