Existe uma antiga parábola. Um homem estava morrendo. Ele tinha quatro filhos e todos estavam presentes. Ele disse para o mais velho, "Chegue mais perto, quero lhe transmitir uma mensagem". Mas o filho não se aproximou.
Mesmo à beira da morte, o velho era muito bravo e ele disse, "Sempre soube que você não prestava para nada; não pode nem receber uma mensagem de um moribundo e eu sou seu pai". Mas o jovem permaneceu onde estava, como uma estátua de cera; não saiu do lugar.
O velho fez o mesmo pedido ao segundo filho, mas este também não se mexeu. Ele então pediu ao terceiro, que também não se mexeu. Mas o quarto era muito jovem, por isso ele se aproximou; e o pai sussurrou em seu ouvido, "Todos esses três são traidores, eles me traíram. Seja leal a mim. Faça uma coisa. Quando eu estiver morto, corte o meu corpo em pedaços, jogue os pedaços na casa dos vizinhos e chame a polícia".
O menino disse, "Mas por quê?"
O pai respondeu, "Apenas dê um pouco de paz à minha alma. Vendo-os todos algemados, indo para a delegacia,minha alma terá mais paz do que jamais teve antes".
Os três filhos conheciam o pai perfeitamente bem. Ele passara a vida toda brigando. Passava o dia inteiro nos tribunais. Toda a vida dele não passara de uma briga. Eles estavam com medo de ouvir sua última mensagem e saber que se tratava de algo perigoso, mas não poderiam negar a um homem à beira da morte o seu último desejo.
Então o pai morreu e eles todos perguntaram ao jovem o que o homem dissera. O rapaz disse, "Eu não tinha ideia de que o nosso pai era assim. Não posso fazer o que ele me pediu. Mas a alma dele sofrerá demais".
Essa é uma antiga parábola cujo significado é o seguinte: tudo o que a pessoa foi ao longo da vida continuará sendo até o final, até o último instante. A energia em si é natural, mas a forma que ela toma num homem depende dele, da sua personalidade e das atitudes que ele tomou durante toda a vida.
Osho, em "O Livro do Viver e do Morrer: Celebre a Vida e Também a Morte"
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