Noûs-terapia & Aconselhamento® e o pensar com o coração
Artigo por Dr.Antonio J. Marques: “Pensar com o coração”. Boletim da Sociedade Antroposófica n°37. Março, 2005, pg.14-18. Esta edição de e-Texto é propiciada pela
gentileza do Dr.Antonio J.Marques http://www.vivendasantanna.com.br
Ampliado e comentado por Sonia B. Homrich
Na antiga Caldéia e Egito, o ser humano pensava com o coração. Cita Rudolf Steiner expressamente em várias de suas palestras que sem retorno ao passado conseguimos com nossa consciência atual, “pensar-com-o-coração”. Oráculos e sacerdotes da antiguidade, do Antigo Testamento, dos Livros dos Mortos, dos Vedas, do Tao (Tao-te-king) para estes, sujeito e objeto, “comungavam uma potência comum” (Antonio Marques). O desenvolvimento do pensamento na Grécia Antiga e no Império Romano, devido ao desenvolvimento da “ Urbis”, fez com que esta linguagem muito antiga do “pensar-com-o-coração” desaparecesse, sendo substituída pela oratória ampliando-se mais como imaginação criativa na manifestação poética de contos, sagas, mitos, lendas, epopéias – como as de Hércules, Ulisses, e as inúmeras do povo escandinavo. O pensar filosófico de Sócrates, Platão, Aristóteles, até o desenvolvimento da escolástica de São Tomas de Aquino fez o discurso tornar-se dialético (dialético-dedutivo). No Renascimento, Descartes, Bacon e Kant com a sua crítica da Razão (Pura) reduz o pensamento para o que é possível mensurar, constatando evidências, ajudando o desenvolvimento da ciência através do discurso analítico-dedutivo, no desenvolvimento do pensar em hipóteses, e do pensar em variáveis qualitativas e quantitativas onde não se trata mais de provar uma hipótese, mas sim do desenvolvimento metodológico de pesquisas, inclusive sociais e de saúde, onde o pensar abarca o fenômeno – inclusive o que surge por “serendipity” . Em nossos estudos da História da Filosofia, muito se observa da evolução do pensamento do ser humano em seu “pensar cerebral” e como conseqüência, conquistando liberdade, cidadania, sua atividade no mundo. Mas o que é o pensar cerebral? Conversando com meu antigo professor de metodologia de pesquisa social e saúde, especialista em antropologia cultural, este me disse que se recusava aceitar que eu pudesse estar lidando com uma ciência espiritual (esta não existe, disse-me categórico) mesmo que Goethe e Steiner a tivessem criado e desenvolvido - ele se recusava a acreditar no que não se pode mensurar através das ciências naturais - daí não acreditar em nada que se relacione ao Noûs . O seu pensar nascido em seu cérebro está preso a um limitado número de caracteres e símbolos que se depositam em sua memória – apesar de toda a sua genialidade. Estes símbolos e caracteres depositados na memória são utilizados na elaboração do seu pensar. A linguagem é o meio, a imagem através da qual transmite-se o que se quer que o outro entenda. No seu extremo, este “pensar cerebral” fica reduzido ao que se pode empiricamente provar através da própria experiência. O pensar cada vez afunila mais encontrando em seus processos o extremo que o laboratório através de diversos testes para a ciência natural pode através de estudos estatísticos, randômicos, e outros correlatos, ser considerado uma ciência.
O ser humano que deveria estar sendo reverenciado na mesa do laboratório passa a ser o objeto de estudos e se resume de forma restritiva a leis que não podem ser questionadas, enquanto alguns pensadores como este meu antigo professor de pesquisas tenta fazer, constroem métodos de pesquisa que permitem pensar de maneira mais abrangente, mas ainda seguindo a trilha da ciência atual onde o trabalho intelectivo deve estar concentrado no que os órgãos dos sentidos são capazes de captar. Hoje, vivemos os ditames do que Bacon considerava ciência – “o método quer estabelecer os graus de certeza, determinar o alcance exato dos sentidos e rejeitar na maior parte dos casos o labor da mente”.
Sabemos no entanto que para desenvolver a verdadeira coragem e libertar o pensamento de suas amarras do cérebro, precisamos conseguir agir dentro das incertezas .
Para Kant, o homem é um animal que necessita de um amo (um mestre) – o que nos torna prisioneiros de dogmas, normas, códigos de condutas e procedimentos, escravos de autoridades, presos ao que os “livrinhos” ditam – como observamos na época do Gólgota, na parábola do Bom Samaritano, pessoas “do bem” se recusando a ajudar o homem ferido por malfeitores à beira da estrada pois o ferido infringira os procedimentos dos rabinos de Jerusalém saindo só por uma estrada na qual não se podia andar sem a proteção de uma caravana. E os procedimentos não falavam uma palavra a que tratamento dar a um ferido nesta estrada – apenas as autoridades em Jerusalém poderiam em face do dilema se pronunciar sobre a atitude a ser desenvolvida, sobre a conduta que se deveria desenvolver. Enquanto o pobre homem ferido abandonado à própria sorte, é mesmo socorrido por um samaritano que não segue as leis, os procedimentos, pois apesar de conhecê-las, sem desprezá-las, usa seu bom senso e sua compaixão para com o ferido e o encaminha para o tratamento e a recuperação. Ao invés de auto-limitar-se prendendo-se às leis e aos procedimentos, sem desprezá-las, escolhe por si só fazer o bem.
Hoje o amo (mestre) do pensar em nossa economia é o capital – como observamos na evolução dos negócios da cana de açúcar como energia que crescem para se tornar um negócio de poucos empresários deixando de ser uma atividade familiar, passando ao controle de grupos internacionais que há vários anos já mecanizam as vastas plantações que secam a vida do solo e deixam milhares de trabalhadores, cortadores de cana sem seu trabalho, crescendo a violência no campo, aumentando o contigente dos “sem terra” e a violência nas cidades em nossas guerrilhas urbanas. (O açúcar orgânico e bio-dinâmico, Demeter, revitaliza a terra entre as safras e propicia empregos infelizmente em escala muito menor). O açúcar, sua doçura, continua sendo um trabalho escravo em que poucos lucram – o “amo” cuida de tudo nesta cultura atual, cuida da economia, da ciência, da mídia propagando aquilo que cada qual deve pensar a respeito da vida.
O que observamos de fato é a curva descendente do pensar para a matéria. É a curva evolutiva do pensar que cada vez mais se materializa. O ser humano reduz seu mundo de percepções à ciência atual e muitos pesquisadores do comportamento humano acreditam até que este ser humano não pode pensar sobre o que de fato sente. Acreditam que o ser humano é vítima de suas necessidades que necessitam ser satisfeitas como num “projeto de Marlow”. Pensar sobre o que se sente, pensar sobre a experiência vivida, orientar esta experiência através do raciocínio buscando novos e mais amplos conhecimentos, passa a ser algo até certa forma execrável para muitos cientistas, inclusive muitos cientistas sociais e da saúde.
O nosso pensar cerebral, observa passivamente o fenômeno. Claro que o cérebro é passivo e observa através da percepção sensorial o que acontece no planeta Terra. Mas o que nos faz ser diferentes do animal? Somos “animais racionais” ? Meu pai me perguntava desde muito cêdo – somos animais racionais ou feitos à semelhança de Deus? Os animais percebem sensorialmente. Nós temos a intelectualização, a compreensão, a memória. Em alemão, entender é conhecer e compreender. O conhecimento não pode estar desfocado da compreensão no coração e do conhecimento na vivência. A somatória dos dois, conhecer + compreender é que leva a conhecer uma vivência. O cérebro não abriga a memória, pois o cérebro é um órgão sensorial.
Rudolf Steiner nos tira dos enigmas. Até a Grécia Antiga, para Steiner, o homem pensava com o seu sistema rítmico, com a alma centrada no coração e pulmão. Através dos anos este pensar anímico foi sendo impregnado de materialidade cerebral e tornou-se intelectual, o tal do “pensar com o Ego”. Daí ser fácil hoje pensar que o ser humano é um conjunto de reações - se provocado, reage desta ou daquela forma, sem agir livremente. Até o ponto de existirem pessoas que acreditam que estão sendo provocadas para reagir agressivamente ou defensivamente. O nosso pensar anímico, este nós não perdemos. Este foi sem dúvida permeado cada vez mais pelo cérebro para conseguir se transformar no pensar do intelecto. Este pensar anímico se torna um pensar espiritual, quando no âmbito do coração e do pulmão, com o nosso coração compreendemos o fenômeno , “ideamos” o fenômeno (idear ou ter a idéia do fenômeno (Antonio Marques).
Goethe (1749-1832) em seus estudos científicos salienta que precisamos reconquistar o observar, o intelectualizar e o idear . Goethe é o vortex, na história da evolução do pensar. Com ele inicia-se a curva ascendente do pensar. Imagine o “U” e acompanhe nesta curva o ponto de vortex onde vivenciamos o novo momento tão profundo e transformador como o foi o momento com Abrahão há cerca de 3000 anos. Com a percepção dos órgãos sensoriais observamos o fenômeno, trabalhamos intelectualmente os conteúdos científicos com a finalidade de chegar a um nível mais elevado (superior) – à idéia do fenômeno (que para alguns é a tese cuja hipótese se quer comprovar ou rejeitar; para outros constitui-se em variáveis cuja relação se quer estudar e estabelecer para a compreensão /conhecimento do fenômeno).
O discurso goetheanístico é um marco na inversão da hipérbole que com Abrahão nos trouxe à uma maior materialidade (recebemos nosso “Eu”) e com Goethe permite-se que o ser humano entre na parte ascendente da curva onde nunca (jamais) estivemos antes. Com nossa materialidade o pensar que foi anímico, intelectual e depois espiritual, conseguimos a partir da materialidade desenvolver hoje novamente o pensar. O pensar que pensa com o coração.
Segundo Antonio Marques,
“após a imagem passar pelos olhos e se dirigir para o nervo ótico, para trás do cérebro, transforma-se em vibrações imagéticas (imaginativas, de imagens). Estas imagens descem para o sistema rítmico (coração e pulmão) através do líquor cérebro-raquidiano – o objetivo é intelectualizar, arrazoar, compreender, as imagens. Após este ponto, as imagens mergulham profundamente no sistema metabólico-motor (abaixo do diafragma), onde são armazenadas como “memória”. .. três passos processuais ocorrem no que entra como “visão”. A cabeça funciona...como órgão de percepção (secundariamente como órgão do intelecto, devido à nossa evolução)...o sistema rítmico como órgão da compreensão e o sistema metabólico-motor como órgão da memória ....”
O idoso recorda seu passado remoto porque a alma que se localiza na esfera metabólica começa a se soltar com o envelhecimento e as imagens do passado brotam na mente, surgem na consciência.
Pensar com o coração é o “respirar-moral”? Raiva e vergonha provocam rubor porque impulsionam o sangue para a periferia do corpo; angústia e medo empalidecem a pessoa pois o sangue retrai para o interior do corpo. O sangue flui à musculatura ao se erguer os braços, antes da tarefa ser executada. São os sentimentos da alma a força motora do sangue. A alma impulsiona o sangue e o coração se movimenta porque é pelo sangue impulsionado (Dr. Manteufell). O sangue primariamente impulsiona o coração e se movimenta espontaneamente nos capilares, o que se contrapõe à embriologia que demonstra que “o sangue nasce primeiro e começa a circular espontaneamente nos capilares e só depois o coração nasce”. A ciência natural atual concebe a função do coração como bomba, bombeando o sangue. Na realidade isto é falso pois apenas 1% corresponde à esta função, os 99% restantes da função cardíaca são para gerar a tensão ou pressão arterial (PA). A enorme tensão muscular da pressão arterial é necessária para que a alma e espírito possam habitar o corpo.
Logos inicia o processo da evolução
Como a palavra, o verbo, torna-se matéria?
Como esta torna-se pessoa real e viva?
Como a palavra, o verbo, torna-se matéria?
Como esta torna-se pessoa real e viva?
Joseph Beuys
“Precisamos viver no permanente “stress”, nas resistências, nos bloqueios, neste sentido, são saudáveis para desenvolvermos a vida do pensamento, a vida do sentimento e a atuação organizacional-corporal.” No coração impera o sistema anti-fisiológico porque além do coração o que vive é a vida da alma e do espírito. A alma imprime a sístole (máxima) que nada mais é do que a contração muscular – o que exige “stress”. No stress beira-se o enfarte, no excesso do viver do pensar cerebral da alma, do Eu. Nas rejeições de órgãos transplantados, por exemplo, há uma completa alteração da personalidade do paciente. Nas angioplastias, onde se utilizam técnicas desobstrutivas coronarianas observam-se alguns casos de demência cerebral. Então podemos nos perguntar – o que ocorre com aqueles que portam “ stents”, dilatadores coronarianos?
A diástole (mínimo) é a outra qualidade do coração - o relaxamento cardíaco onde o coração se enche de sangue e a musculatura se permeia de potássio (K), o elemento revitalizante “etérico” . No silêncio das frações de segundo, menores que as da sístole, o espírito (Eu) se difunde no etérico revitalizante do coração – tomando consciência de si mesmo – centralizando em si mesmo . A movimentação autônoma do sangue na periferia dos capilares flui no momento do relaxamento cardíaco. A influência da periferia entra no coração durante a diástole. (O prof. Jürgen Schriffer era conhecido por sua capacidade de pensar na periferia e no centro e expressava esta qualidade através da música no Método de Frau Werbeck, a cantora sueca que durante 12 anos desenvolveu com Steiner um método para o desenvolvimento da voz. Schriffer a descobriu após a guerra e trouxe o seu método até nós.)
No coração duas forças interagem convergindo . No processo do bombeamento do sangue a alma participa através dos nervos, do sódio, do cálcio gerando a “sístole”, a contração muscular, onde no extremo do movimento a pessoa poderá estar saindo do mundo, o mundo a perde por excesso de contração . A outra força que se contrapõe à sístole é a diástole – o silêncio, repouso – o período no qual o espírito mergulha em sua materialidade confrontando-se consigo mesmo . As qualidades da alma na sístole (inspiração) e do espírito (Eu) na diástole (expiração) se desenrolam no nosso sistema rítmico (coração e pulmão). As imagens da alma, depositadas na memória (metabolismo) são combinadas, remodeladas, fundidas com o objetivo de que novos padrões de pensamento (novos valores) sejam criados. Através da respiração os novos elementos pensamentais ou recordativos são bombeados via liquor cérebro-raquidiano de volta à cabeça – a intelectualização apesar de estar centrada na cabeça recebe as informações elaboradas pelo espírito o qual está centrado no coração . Este é o pensar espiritual.
O pensar espiritual é a presença de Deus em nós. Eu e Deus somos um. Deus ao mesmo tempo abraça o infinito universo com o seu pensamento e se pulveriza, imantando todas as criaturas. Deus é um e pluralidade ao mesmo tempo. Deus é espírito puro (imaterial), ato puro, bem aventurado, contínuo, sem extensão, sem magnitude. É uma unidade indivisível, impassível, imutável, eterna, imóvel, segundo Aristóteles. Estas são as qualidades, os princípios de Deus. Sendo absoluto e perfeito, seu pensamento não pode ser mudado. Pensando em algo distinto Dele mesmo, Deus pensaria em algo menos perfeito. Se pensasse em algo menos perfeito, Deus pela lógica não mais seria perfeito nem tampouco absoluto. Sendo Deus a perfeição o que pensa Deus? Deus pensa seus próprios pensamentos. Deus auto-contemplativo é o pensamento que pensa a si mesmo. Com este ato criador, vivencia eternamente sua absoluta perfeição. Deus e Eu somos UM – o nosso pensar vivificado é a centelha divina em nós.
Pensando o próprio pensar que se espiritualiza, espiritualizando a matéria, podemos nos colocar na curva ascendente - no pensar espiritual com o coração. Este é o objetivo da Noûs-terapia & Aconselhamento® . Nosso olhar se abre para a sabedoria que vive atrás da natureza. Os arquétipos (modelos de seres criados) se tornam visíveis e com isto constatamos que estes são em realidade seres espirituais (Hierarquias) – sendo que estes são os seres que estão atrás da materialidade.
Estes novos parâmetros do saber, do conhecimento foram trazidos por Rudolf Steiner (1821-1925) – e este é o discurso steineriano . Contrapõe-se ao sagrado retórico da curva descendente com o discurso steineriano - ciência espiritual de Goethe e Steiner, ciência goetheanística-steineriana. Dentro desta ciência espiritual, o que ressalta é a possibilidade nos tornarmos semelhantes à Deus no processo de co-criação®, como ressalta Rudolf Frieling (Vide Artigos : Renovando Conceitos).
Porque o Salvador é chamado “Filho de Deus”? Primeiro temos que compreender que os nossos conceitos do divino são inadequados de muitas formas. Então a palavra “Filho” é em si mesma uma metáfora que precisamos primeiro traduzir da linguagem imaginativa para o nosso pensamento abstrato atual. Deus é aquele que por um lado é totalmente auto-suficiente, o ser perfeito – “como o seu Pai Celeste é perfeito”. Todavia, não podemos simplesmente chegar à conclusão que devemos confinar Deus na prisão de nossas próprias formas inadequadas de pensar. Não devemos correr com a nossa inteligência lógica e concluir que o fato de ser completo exclui a possibilidade de Deus “tornar-se”. Independente dos conceitos filosóficos e teológicos, Deus não é simplesmente um prisioneiro de sua própria totalidade , a qual concebemos como “circunscrevente”, envolvendo-o. A natureza de Deus consiste não apenas num “eterno repouso” , mas é também “verdejante” e “em expansão, evolução, desenvolvimento”. Deus na totalidade de seu eterno ser, é o “Pai”. Podemos ainda falar de um outro aspecto de Deus que é igualmente justificado e real: Deus que está em processo de tornar-se - de evoluir para o futuro: o “Filho”. Devido à essa qualidade de “evolução, desenvolvimento, progresso”, o Filho é aquele que carrega em si as forças criativas. Como é expresso no Evangelho de João (1:3) e nas Epístolas de Paulo, o Filho é o mediador da criação do mundo. É esse Deus que uniu a si mesmo com a Humanidade: o Deus em cuja própria natureza jorra como uma planta liberta a si mesma da matéria inerte e se desenvolve através dos estágios de crescimento – o Deus com um futuro ...
Steiner bebeu da mesma fonte do Noûs , a fonte noética na qual os antigos beberam e através da linguagem da Antroposofia tornou esta ciência acessível para nós de acordo com as necessidades da nossa época da consciência espiritual, onde a partir de nosso livre-arbítrio, nos colocamos conscientemente na curva ascendente nos contrapondo ao movimento descendente, ao invés de materializarmos o espírito, espiritualizamos a matéria. O que antes fazíamos ao contemplando as forças divinas, as forças cósmicas, agora se abre para a nossa participação em co-criação® através do desenvolvimento de nossa imaginação, inspiração e intuição . Forças que antes dormiam em nós como uma latente sabedoria . Através da pesquisa e treinamento na ciência goetheanística-steineriana, abre-se o Portal (umbral) para um novo desenvolvimento do pensamento. Através da observação goetheanística, desenvolvemos a imaginação (formação da imagem criativa do fenômeno no etérico plasmador (revitalizador) humano, imagem esta que difere da fantasia). Treinando-se a intelectualização goetheanística, desenvolve-se a inspiração (esforço interior da alma para conhecer algo). Inspira-se o espiritual esvaziando-se a mente após os raciocínios dedutivos elaborados no mediato. Sendo estes passos elaborados com sofisticação e precisão, brota, jorra de dentro do pensar a intuição cuja finalidade dentro da ciência goetheanística-steineriana é comungar com as potências espirituais das hierarquias superiores. No desenvolvimento de nossa consciência, de nosso pensar – nosso “pensando”, como dizia Evelyn F. Capel, despertamos para o novo paradigma do pensamento que Goethe inaugurou, o que ainda não se concretizou plenamente na Humanidade. Trata-se da fundamentação científica para aqueles que trabalham com a ciência espiritual de Goethe. Através da metodologia de Goethe fecha o ciclo do pensar fenomenológico centrado na realidade física e a curva ascendente do pensar espiritual (coração) – se inicia, coroando-se na metodologia steineriana.
A metodologia steineriana não é apenas uma promessa. Através da Noûs-terapia & Aconselhamento® reconhecida por Evelyn F. Capel e por Werner Hassauer trabalha-se ativamente para trazer o futuro no presente, olhando para o que é saudável nas pessoas – o que é único, espiritual, eterno e todas as possibilidades de transformações na união do Eu-da-terra com o Eu-Cósmico, para se visualizar a imaginação, a inspiração e a intuição, como o direcionamento que conscientemente escolhemos para o nosso processo de espiritualização do “pensar-com-o-coração”.
Noûs.” o que é : Além das qualidades anímicas (da alma ou do psiquismo), as quais correspondem “pensar, sentir e querer” (viver no mundo), existe uma instância superior, o Eu ou espírito humano ou Self ou Noûs (dos gregos). Assim Aristóteles aponta para essa realidade superior: “A natureza e essência do sumo princípio é espirito imaterial, ato puro, vida serena e bem aventurada, livre de toda interrupção. (...) É uma essência eterna e imóvel que transcende todo o perceptível pelos sentidos. Não pode ter magnitude ou extensão alguma; é uma unidade indivisível, impassível e imutável. (...) É o sumo princípio de Deus. (...) Isto é o Noûs.”
Pai | 7. Espírito Humano (Atma) | Corpo físico transformado |
Filho | 6. Vida Espírito (Buddhi) | Corpo etéricoFilho transformado |
Espírito Santo | 5. Eu-espiritual (Manas) | Virgem Sophia |
(alma da consciência purificada) | ||
4. Intelectual | Maria, mulher de Cleófas | |
(alma do intelecto ou da razão; alma astral; alma da mente) | ||
3. Alma dos Sentidos | Maria Madalena | |
(corpo dos sentidos) | ||
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